Entre fevereiro e maio de 2025, crianças e adolescentes das escolas públicas de Corumbá e Ladário ajudaram a plantar 220 mudas de árvores nativas do Pantanal. A ação faz parte do projeto Semeando o Amanhã, desenvolvido pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP), com apoio de diversas instituições. A iniciativa quer colocar os jovens como protagonistas na preservação ambiental da região.
Com atividades nas áreas urbanas e rurais dos dois municípios, o projeto conta com o envolvimento de organizações como LHG Mining, Ambiental MS Pantanal/Instituto Aegea, V.Bio, Celeo, Funbio, Wetlands International Brasil, Brazil Foundation, Instituto Phi e Pure Brasil. Órgãos públicos, como as prefeituras locais e o Governo do Estado, também participam por meio de secretarias e fundações.
O diretor do IHP, Angelo Rabelo, enfatiza a urgência da ação diante das mudanças climáticas.“O Pantanal sofreu graves incêndios em 2024. Corumbá e Ladário foram diretamente afetados. A despeito desse cenário, temos um chamado de emergência para agir. É sobre isso que estamos trabalhando e temos um apoio grande para desenvolver um importante trabalho. Ainda temos chance de fazer diferente. Chance de recuperar, de preservar e construir um futuro diferente. Eu tenho esperança e celebro termos todos os dias a chance de recomeçar e louvar aquilo que nos foi dado.”
Além do plantio, o projeto inclui rodas de conversa e ações práticas de educação ambiental, que seguem ao longo do ano. Em junho, alunos da Escola Estadual Indígena João Quirino de Carvalho – Toghopanãa, da etnia Guató, vão participar de um monitoramento ambiental na Ilha Ínsua, onde está localizada a aldeia Uberaba. A atividade será feita junto com a equipe técnica do IHP, dentro de áreas de proteção ambiental (RPPNs). Os estudantes também ajudarão a formar viveiros de mudas.

Em maio, cinco escolas municipais de Ladário receberam o plantio de 100 mudas de ipê. Participaram da ação mais de 170 alunos. Durante as visitas, além do plantio, eles também ouviram palestras sobre a importância da restauração ecológica.
Alice, de 11 anos, estudante da Escola Municipal João Baptista, acredita que as árvores vão transformar o espaço.“Eu acho que essa planta aqui vai dar muitos benefícios.Vai dar para gente ler embaixo dela. Vai ser muito legal ter ela aqui na escola e é muito legal participar aqui e plantar.”
Laura, de 9 anos, da Escola Irmã Régula, pensa nos animais que também vão se beneficiar.“A importância das árvores é que elas dão sombra para gente e para os arinhos. É nela que eles podem construir as casas deles e ter uma vida nela.”
A mobilização também tem atraído estudantes de fora. Em março, a equipe de robótica TupiTech, da Escola Sesi de Franca (SP), participou do plantio de 20 mudas na CEMEI Miriam Mendes, em Corumbá. A aluna Nathalie, de 16 anos, se emocionou com a experiência.“Eu, particularmente, nunca tinha vindo para essa parte da cidade, e eu estou muito feliz por estar aqui e conhecer essa escola muito linda, fofinha, com essas crianças. E é uma nova experiência para mim, porque eu nunca fiz isso, sabe, de plantar árvores, coisas com essas crianças. E eu acho que também vai ser uma experiência muito boa para elas, de aprendizado. E eu estou muito feliz por estar aqui.”
A primeira etapa do projeto ocorreu em 25 de fevereiro, quando 17 crianças da Escola Municipal Rural Polo São Lourenço visitaram a RPPN Acurizal, na Serra do Amolar. Lá, elas conheceram técnicas de prevenção a incêndios e plantaram 100 mudas. A estudante Taila Souza de Jesus, de 14 anos, ficou animada com a ideia de acompanhar o crescimento das árvores.“Gostei de aprender como se faz para plantar e quero voltar aqui um dia, mais para frente, para ver as árvores que a gente plantou bem grande e forte.”
*Com informações do Instituto Homem Pantaneiro.
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